Jesus foi uma pessoa como qualquer um de nós, que viveu dentro de um determinado tempo da história. Ele viveu concretamente em um país, pertencia a uma família, trabalhava, tinha posicionamento político, uma situação econômica, uma língua e uma religião.
Situação econômica
A maioria da população era pobre e vivia principalmente da agricultura (trigo, cevada, azeite, legumes etc.), pecuária (bois, camelos, ovelhas etc), pesca e artesanato.
Nos povoados os Romanos cobravam IMPOSTOS: a) ¼ (25%) sobre a colheita; b) a corvéia para manter o exército; c) pedágio e alfândega sobre o transporte de mercadorias. Quem fazia a cobrança eram os Publicanos, que eram muito corruptos. Isso levou o povo a desprezar e marginalizar essa categoria (Mc 2,15-26).
Era obrigatório também o Dízimo para o Templo, em Jerusalém: a) 10% das colheitas; b) 1% para os pobres; c) a cada 7 anos, o produto referente a um ano de trabalho.
O Templo como sede do poder econômico
O templo era o banco central e centro de câmbio (troca de moedas). Todos os impostos eram centralizados ali. Graças às peregrinações, os visitantes (mais ou menos 60 mil durante a Páscoa) alimentavam um comércio de lembranças, artesanato e objetos de luxo. Havia um conjunto de hospedarias e comércio de animais para os sacrifícios. O templo era uma fonte de empregos: entre sacerdotes, funcionários, cambistas, vendedores e operários eram 18 mil pessoas que viviam da organização do Templo.
O Templo havia deixado de ter significado religioso para sustentar a dominação. Quando Jesus combateu o templo, foi pensando no sistema econômico que se apoiava nele. Esse foi um dos motivos de sua condenação (Mc 11,15s).
Situação econômica de Jesus: veio do campo, duma aldeia humilde chamada Nazaré. Seus moradores eram marginalizados, tratados como ignorantes e bandidos (Jo 1,46;7,52). Jesus era carpinteiro ou biscateiro. Pagava impostos aos sarcedotes e aos romanos (Mc 12,13s).
Situação Social
A maior parte da população da Palestina vivia no campo e era constituída de trabalhadores pobres, que sobreviviam no ganho do dia-a-dia. Os ricos moravam só nas cidades. Havia uma classe média pouco numerosa. Nela se encontrava os Escribas e Farizeus.
Família: era patriarcal. Na Palestina o pai era o centro da família: tinha plena autoridade sobre a casa.
Mulher: não participava da vida da sociedade. Era considerada inferior ao homem em todas as coisas. As filhas não tinham os mesmos direitos que os filhos. A mulher precisava ser fiel ao marido, sob pena de morte, mas o marido podia ter outras mulheres além da esposa. Não podiam ler no culto. Não podiam estudar e ser discípula. No tribunal, a mulher não podia ser testemunha.
Pessoas excluídas da sociedade: Mulheres, doentes (surdos, mudos, cegos, leprosos etc), pagãos, escravos, estrangeiros, publicanos.
Alguns grupos sociais
Saduceus: Pertenciam a camada mais rica da Judéia. Tinham, portanto, o poder econômico em suas mãos. Por um lado, esse grupo era formado pelos grandes proprietários de terra e pelos donos do grande comércio. Formavam a elite leiga e rica que considerava sua riqueza sinal de bênção de Deus. Os saduceus eram defensores da ordem estabelecida. Colaboravam com o Império Romano para não serem destruídos de seus cargos. Eles tinham privilégios a defender, especialmente sua situação econômica, seus cargos e seu poder no Templo. Eles não aceitavam a tradição oral, apegando-se somente à lei escrita no Pentateuco (5 primeiros livros da nossa bíblia).Esperavam o Messias numa aparição gloriosa.
Fariseus: Na sua maioria, o grupo dos fariseus era formado de pessoas leigas. Sua origem eram todas as camadas sociais, mas sobretudo, das camadas médias. Também, a maior parte dos Escribas, especialistas nas escrituras, pertencia ao grupo dos Fariseus. Por seu saber bíblico, estes eram as maiores lideranças nas sinagogas (comunidades). Eram guias espirituais das comunidades. Seu conhecimento das leis e do hebraico, como especialista em direito, administração e educação, também lhe assegurava lugares importantes no Sinédrio. De um modo geral, eram nacionalistas. Por isso, eram contra a presença de povos estrangeiros, considerando-os impuros (At 10,11-16). Valorizavam a tradição oral dos antepassados. Achavam que o messias viria como um guerreiro para expulsar os romanos.
Com o tempo, viraram fanáticos. Insistiam em coisas exteriores, visíveis (ex: a observância do sábado, do jejum, da esmola, circuncisão etc). Faziam tudo isto para mostrar que eram judeus observantes da lei de Moisés e de outras prescrições impostas pela tradição. Eram rígidos nas suas posições. Oprimiam a quem não seguisse seu fanatismo. Prendiam-se às exterioridades, mas deixavam dominar-se pela injustiça.
Escribas ou Doutores da Lei: O povo tinha veneração pelos escribas, por serem especialistas nas escrituras. Mas também tinha medo deles, pois passaram a exercer um controle ideológico. Eram eles que diziam o que era certo ou errado, bom ou mau, santo ou profano. Muitas vezes estavam ligados à classe dominante. Muitos fariseus eram escribas (Mc 2,16; 7,5). Os farizeus e os escribas tornaram-se “donos” da consciência do povo, impondo suas idéias.
Sacerdotes: O Sumo-sarcedote controlava o Templo e através dele, toda a vida econômica do país. Os romanos deixavam que os sacerdotes tomassem certas decisões econômicas, contanto que eles dessem o dinheiro exigido por Roma. O culto era um instrumento ideológico, muito baseado no puro e no impuro. Puro era quem ia ao Templo (pagar seus tributos). Os demais ...
O Sinédrio: ou grande conselho era responsável pela administração da justiça em Israel. Era o supremo tribunal político, criminal e religioso. Foi esse tribunal que resolveu entregar Jesus aos romanos para que fosse eliminado (Mc 14,55). Era composto de 71 homens e funcionava numa sala junto ao Templo. O chefe era o sumo sarcedote indicado pelo procurador romano da ocasião. O grande sacerdote era o responsável não só pelo Sinédrio, mas também pelo culto no Templo, pela segurança no santuário, pelas finanças do Templo e pelo comércio que aí se fazia. Faziam parte desse tribunal: os Sarcedotes, os Escribas (por causa do seu saber a respeito da Lei ou Tora), os Saduceus (grupo de maior influência).
Samaritanos: eram considerados raça impura pelos demais judeus, por serem descendentes de população misturada com estrangeiros. Os samaritanos se julgavam israelitas autênticos, veneravam Moisés e esperavam o Messias. Por serem marginalizados, tinham pouca influência sobre a maneira de pensar do restante da Palestina. Jesus diz que os samaritanos, longe de serem impuros, podiam ser modelos de pensar, agir, amar e rezar (Lc 10,33s).
A situação política
A Palestina era dividida em dois territórios: a) a Judéia e a Samaria, ao Sul. b) a Galiléia, ao norte.
Na Judéia e na Samaria, havia um procurador romano, ou seja, alguém que governava em nome do Imperador romano. Morava na cidade marítima Cesaréia (na Samaria). Na Judéia e na Samaria, o Procurador romano deixava o Sinédrio exercer o poder. Nomeava o Sumo Sacerdote e só intervinha quando havia protestos populares.
A Galiléia tinha um Rei que, na época de Jesus era Herodes, Morava em Tiberíades. Herodes era amigo de César, o Imperador Romano, e para não perder o seu cargo, fazia de tudo para agradá-lo.
Situação econômica
A maioria da população era pobre e vivia principalmente da agricultura (trigo, cevada, azeite, legumes etc.), pecuária (bois, camelos, ovelhas etc), pesca e artesanato.
Nos povoados os Romanos cobravam IMPOSTOS: a) ¼ (25%) sobre a colheita; b) a corvéia para manter o exército; c) pedágio e alfândega sobre o transporte de mercadorias. Quem fazia a cobrança eram os Publicanos, que eram muito corruptos. Isso levou o povo a desprezar e marginalizar essa categoria (Mc 2,15-26).
Era obrigatório também o Dízimo para o Templo, em Jerusalém: a) 10% das colheitas; b) 1% para os pobres; c) a cada 7 anos, o produto referente a um ano de trabalho.
O Templo como sede do poder econômico
O templo era o banco central e centro de câmbio (troca de moedas). Todos os impostos eram centralizados ali. Graças às peregrinações, os visitantes (mais ou menos 60 mil durante a Páscoa) alimentavam um comércio de lembranças, artesanato e objetos de luxo. Havia um conjunto de hospedarias e comércio de animais para os sacrifícios. O templo era uma fonte de empregos: entre sacerdotes, funcionários, cambistas, vendedores e operários eram 18 mil pessoas que viviam da organização do Templo.
O Templo havia deixado de ter significado religioso para sustentar a dominação. Quando Jesus combateu o templo, foi pensando no sistema econômico que se apoiava nele. Esse foi um dos motivos de sua condenação (Mc 11,15s).
Situação econômica de Jesus: veio do campo, duma aldeia humilde chamada Nazaré. Seus moradores eram marginalizados, tratados como ignorantes e bandidos (Jo 1,46;7,52). Jesus era carpinteiro ou biscateiro. Pagava impostos aos sarcedotes e aos romanos (Mc 12,13s).
Situação Social
A maior parte da população da Palestina vivia no campo e era constituída de trabalhadores pobres, que sobreviviam no ganho do dia-a-dia. Os ricos moravam só nas cidades. Havia uma classe média pouco numerosa. Nela se encontrava os Escribas e Farizeus.
Família: era patriarcal. Na Palestina o pai era o centro da família: tinha plena autoridade sobre a casa.
Mulher: não participava da vida da sociedade. Era considerada inferior ao homem em todas as coisas. As filhas não tinham os mesmos direitos que os filhos. A mulher precisava ser fiel ao marido, sob pena de morte, mas o marido podia ter outras mulheres além da esposa. Não podiam ler no culto. Não podiam estudar e ser discípula. No tribunal, a mulher não podia ser testemunha.
Pessoas excluídas da sociedade: Mulheres, doentes (surdos, mudos, cegos, leprosos etc), pagãos, escravos, estrangeiros, publicanos.
Alguns grupos sociais
Saduceus: Pertenciam a camada mais rica da Judéia. Tinham, portanto, o poder econômico em suas mãos. Por um lado, esse grupo era formado pelos grandes proprietários de terra e pelos donos do grande comércio. Formavam a elite leiga e rica que considerava sua riqueza sinal de bênção de Deus. Os saduceus eram defensores da ordem estabelecida. Colaboravam com o Império Romano para não serem destruídos de seus cargos. Eles tinham privilégios a defender, especialmente sua situação econômica, seus cargos e seu poder no Templo. Eles não aceitavam a tradição oral, apegando-se somente à lei escrita no Pentateuco (5 primeiros livros da nossa bíblia).Esperavam o Messias numa aparição gloriosa.
Fariseus: Na sua maioria, o grupo dos fariseus era formado de pessoas leigas. Sua origem eram todas as camadas sociais, mas sobretudo, das camadas médias. Também, a maior parte dos Escribas, especialistas nas escrituras, pertencia ao grupo dos Fariseus. Por seu saber bíblico, estes eram as maiores lideranças nas sinagogas (comunidades). Eram guias espirituais das comunidades. Seu conhecimento das leis e do hebraico, como especialista em direito, administração e educação, também lhe assegurava lugares importantes no Sinédrio. De um modo geral, eram nacionalistas. Por isso, eram contra a presença de povos estrangeiros, considerando-os impuros (At 10,11-16). Valorizavam a tradição oral dos antepassados. Achavam que o messias viria como um guerreiro para expulsar os romanos.
Com o tempo, viraram fanáticos. Insistiam em coisas exteriores, visíveis (ex: a observância do sábado, do jejum, da esmola, circuncisão etc). Faziam tudo isto para mostrar que eram judeus observantes da lei de Moisés e de outras prescrições impostas pela tradição. Eram rígidos nas suas posições. Oprimiam a quem não seguisse seu fanatismo. Prendiam-se às exterioridades, mas deixavam dominar-se pela injustiça.
Escribas ou Doutores da Lei: O povo tinha veneração pelos escribas, por serem especialistas nas escrituras. Mas também tinha medo deles, pois passaram a exercer um controle ideológico. Eram eles que diziam o que era certo ou errado, bom ou mau, santo ou profano. Muitas vezes estavam ligados à classe dominante. Muitos fariseus eram escribas (Mc 2,16; 7,5). Os farizeus e os escribas tornaram-se “donos” da consciência do povo, impondo suas idéias.
Sacerdotes: O Sumo-sarcedote controlava o Templo e através dele, toda a vida econômica do país. Os romanos deixavam que os sacerdotes tomassem certas decisões econômicas, contanto que eles dessem o dinheiro exigido por Roma. O culto era um instrumento ideológico, muito baseado no puro e no impuro. Puro era quem ia ao Templo (pagar seus tributos). Os demais ...
O Sinédrio: ou grande conselho era responsável pela administração da justiça em Israel. Era o supremo tribunal político, criminal e religioso. Foi esse tribunal que resolveu entregar Jesus aos romanos para que fosse eliminado (Mc 14,55). Era composto de 71 homens e funcionava numa sala junto ao Templo. O chefe era o sumo sarcedote indicado pelo procurador romano da ocasião. O grande sacerdote era o responsável não só pelo Sinédrio, mas também pelo culto no Templo, pela segurança no santuário, pelas finanças do Templo e pelo comércio que aí se fazia. Faziam parte desse tribunal: os Sarcedotes, os Escribas (por causa do seu saber a respeito da Lei ou Tora), os Saduceus (grupo de maior influência).
Samaritanos: eram considerados raça impura pelos demais judeus, por serem descendentes de população misturada com estrangeiros. Os samaritanos se julgavam israelitas autênticos, veneravam Moisés e esperavam o Messias. Por serem marginalizados, tinham pouca influência sobre a maneira de pensar do restante da Palestina. Jesus diz que os samaritanos, longe de serem impuros, podiam ser modelos de pensar, agir, amar e rezar (Lc 10,33s).
A situação política
A Palestina era dividida em dois territórios: a) a Judéia e a Samaria, ao Sul. b) a Galiléia, ao norte.
Na Judéia e na Samaria, havia um procurador romano, ou seja, alguém que governava em nome do Imperador romano. Morava na cidade marítima Cesaréia (na Samaria). Na Judéia e na Samaria, o Procurador romano deixava o Sinédrio exercer o poder. Nomeava o Sumo Sacerdote e só intervinha quando havia protestos populares.
A Galiléia tinha um Rei que, na época de Jesus era Herodes, Morava em Tiberíades. Herodes era amigo de César, o Imperador Romano, e para não perder o seu cargo, fazia de tudo para agradá-lo.
Fonte:
Gass, Ildo Bohn. Uma introdução à Bíblia. Período grego e vida de Jesus. 2ª ed. v.6. São Paulo: Paulus/CEBI, 2007.
Vallew!!!
ResponderExcluirme ajudou muito....
Material de grande qualidade
ResponderExcluirMe ajudou muito tbm...
muito bom, mas gostaria também de saber sobre a sociedade excluida como a sociedade tratava e como Jesus os tratava.Exemplo: mulheres, doentes, pobres, estrangeiros, publicanos.....
ResponderExcluirMuito bom
ResponderExcluir,,
,
gostaria de saber como estava dividida a sociedade no tempo de jesus
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