8 de julho de 2015

Morrer significa perder a vida?

Em um dos verbetes do dicionário Michaelis, o verbo perder significa: “2 Privação de uma coisa que se possuía.”. Mas, contrapondo esse significado, será mesmo que com a morte podemos dizer que perdemos a vida?

O Catecismo da Igreja Católica nos orienta em seu §1007 que:

A morte é o termo da vida terrestre. Nossas vidas são medidas pelo tempo, ao longo do qual passamos por mudanças, envelhecemos e, como acontece com todos os seres vivos da terra, a morte aparece como o fim normal da vida. [...]

Portanto, morrer é algo natural. Uma vez que nascemos, já estamos presos a esse destino. Não temos escolhas a não ser viver bem a nossa vida terrena, a qual nos é dado somente uma única vez, assim como assegura a Palavra de Deus em Hebreus 9, 27-28: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.”

Cristo se fez humano e morreu para remissão de nossos pecados. Não há prova de amor maior que esta, morrer pelos seus amados. Cristo morreu, mas nunca perdeu Sua vida. Ele venceu a morte e ressuscitou ao terceiro dia assim como cremos e professamos: “[...] desceu a mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos Céus [...]”.

Em seu §1008, o Catecismo nos chama atenção dizendo:

A morte é conseqüência do pecado. Intérprete autêntico das afirmações da Sagrada Escritura e da tradição, o magistério da Igreja ensina que a morte entrou no mundo por causa do pecado do homem. Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer. A morte foi, portanto, contrária aos desígnios de Deus criador e entrou no mundo como conseqüência do pecado. "A morte corporal, à qual o homem teria sido subtraído se não tivesse pecado", é assim "o último inimigo" do homem a ser vencido (1 Cor 15,26).

Sim! Assim como Cristo, devemos lutar sempre contra o pecado, pois esse sim nos faz perder a vida. Deus é misericordioso a todo instante, bem lembra São João Maria Vianney: “Entre a eternidade e o último suspiro paira um abismo de misericórdia”. Não devemos ter medo da morte, mas, sim, medo do pecado, pois: “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá (João 11, 25).

Por fim, não perdemos a vida quando morremos. A morte é uma passagem para a vida eterna. Quem crê vive, ainda que morto, vive-se em Deus. 



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