15 de fevereiro de 2013

A renúncia do Papa e os oportunistas da imprensa secular


Que a mídia secular não é o melhor meio para se informar a respeito da Igreja Católica, isso não é novidade. Basta fazer uma rápida leitura nas manchetes dos principais jornais do país a respeito da renúncia do Papa Bento XVI para se ter a certeza de que o amadorismo reina nessas aclamadas agências de notícias. No entanto, acreditar na simples inocência desses senhores e cobri-los com um véu de caridade por seus comentários maldosos e, muitas vezes, insultuosos não seria honesto. É necessário compreender muito bem que muitos desses veículos estão ardorosamente comprometidos com a desinformação e com os princípios contrários à reta moral defendida pela Igreja. Daí a quantidade de sandices que surgiram na mídia nos últimos dias.

Logo após o anúncio da decisão do Santo Padre, publicou-se na imprensa do mundo todo que a ação de Bento XVI causaria uma "revolução" sem precedentes na doutrina da Igreja. Uma atrapalhada correspondente de uma emissora brasileira afirmou que a renúncia do papa abriria caminho para as "reformas" do Concílio Vaticano II e que isso daria mais poderes aos bispos. Já outros declaravam que os recentes fatos colocavam em xeque o dogma da "Infalibilidade Papal", proclamado pelo Concílio Vaticano I. Nada mais fantasioso.

É verdade que uma renúncia tal qual a de Bento XVI nunca houve na história da Igreja. A última resignação de um papa aconteceu ainda na Idade Média e em circunstâncias bem diversas. Todavia, isso não significa que o Papa Ratzinger tenha modificado ou inventado qualquer novo dogma ou lei eclesiástica. O direito à renúncia do ministério petrino já estava previsto no Código do Direito Canônico, promulgado pelo Beato João Paulo II em 1983. Portanto, de modo livre e consciente - como explicou no seu discurso - Bento XVI apenas fez uso de um direito que a lei canônica lhe dava e nada nos autoriza a pensar que fora diferente. Usar desse pretexto para fazer afirmações tacanhas sobre dogmas e reformas na Igreja é simplesmente ridículo. Quem faz esses comentários carece de profundos conhecimentos sobre a doutrina católica, sobretudo a expressa no Concílio Vaticano II.

Outros comentaristas foram mais longe nas especulações e atestaram que a renúncia do Papa devia-se às pressões internas que ele sofria por seu perfil tradicionalista e conservador. Além disso, as crises pelos escândalos de pedofilia e vazamentos de documentos internos também teriam pesado na decisão. Não obstante, quem conhece o pensamento de Bento XVI sabe que ele jamais tomaria essa decisão se estivesse em meio a uma crise ou situação que exigisse uma particular solicitude pastoral. E isso ficou muito bem expresso na sua entrevista com o jornalista Peter Seewald - publicada no livro Luz do Mundo - na qual o Papa explica que em momentos de dificuldades, não é possível demitir-se e passar o problema para as mãos de outro.

Mas de todas as notícias veiculadas por esses jornais, certamente as mais esdrúxulas foram as que fizeram referência às antigas "profecias" apocalípiticas que prediziam o fim da Igreja Católica. Numa dessas reportagens, um notório jornal do Brasil dizia: "O anúncio da renúncia do papa Bento 16 fez relembrar a famosa "Profecia de São Malaquias", que anuncia o fim da Igreja e do mundo". É curioso notar o repentino surto de fé desses reconhecidos laicistas logo em teorias que proclamam o fim da Igreja. Isso tem muito a dizer a respeito deles e de suas intenções.

Por fim, também não faltaram os especialistas de plantão e teólogos liberais chamados pelas bancadas dos principais jornais do país para pedir a eleição de um papa "mais aberto". Segundo esses doutos senhores, a Igreja deveria ceder em assuntos morais, permitindo o uso da camisinha, do aborto e casamento gay para conter o êxodo de fiéis para as seitas protestantes. A essas pretensões deve-se responder claramente: A Igreja jamais permitirá aquilo que vai contra a vontade de Deus e nenhum Papa tem o poder de modificar isso. A doutrina católica é imutável. Ademais, os fiéis jovens da Igreja têm se mostrado cada vez mais conservadores e avessos à moral liberal. Inovações liberais para atrair fiéis nunca deram certo e os bancos vazios da Igreja Anglicana são a maior prova disso.

O comportamento vil da mídia secular leva-nos a fazer sérios questionamentos sobre a credibilidade e idoneidade dos chefes de redações que compõem as mesas desses jornais. Das duas, uma: ou esses senhores carecem de formação adequada e por isso seus textos são recheados de ignorâncias e nonsenses, ou então, esses doutos jornalistas têm um sério compromisso com a desinformação e a manipulação dos fatos, algo que está diametralmente oposto ao Código de Ética do Jornalismo. Se fôssemos seguir a cartilha desses órgãos de imprensa, hoje seríamos obrigados a crer que Bento XVI liberou a camisinha, excomungou o boi e o jumento do presépio, acobertou padres pedófilos e mais uma série de disparates que uma simples leitura correta dos fatos seria o suficiente para derrubar a mentira.

Na sua mensagem para o Dia Mundial da Comunicação de 2008, o Papa Bento XVI alertou para os riscos de uma mídia que não está comprometida com a reta informação. "Constata-se, por exemplo, que em certos casos as mídias são utilizadas, não para um correto serviço de informação, mas para «criar» os próprios acontecimentos", denunciou o Santo Padre. Bento XVI assinalou que os meios de comunicação devem estar ordenados para a busca da verdade e a sua partilha. Pelo jeito, a imprensa secular ainda tem muito a aprender com o Santo Padre.

11 de fevereiro de 2013

Papa Bento XVI renuncia ao Papado

Bento XVI anuncia a decisão de deixar o cargo. Sede vacante a partir de 28 de fevereiro. Eleição do novo Papa em março



Eis as palavras com que Bento XVI anunciou a sua decisão:

Caríssimos Irmãos,

convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

9 de fevereiro de 2013

Vinho ou suco de uva na Santa Missa?


Suco de uva na Santa Missa?

Saiu na mídia secular uma notícia dizendo que o Arcebispo de Curitiba, Dom Moacyr José Vitti, autorizou os padres da Arquidiocese a, se quiserem, substituírem o vinho da Santa Missa por suco de uva (!) por conta da Lei Seca (!!). Tive acesso à nota emitida pela “Assessoria de Comunicação da Mitra da Arquidiocese de Curitiba” e, de fato, lá consta a seguinte perturbadora frase:

Os [sacerdotes] que preferirem substituir o vinho com o álcool pelo sem, ou pelo suco de uva, poderão fazê-lo, pois já estão autorizados pelo arcebispo.

Alguns esclarecimentos se fazem necessários. Antes de qualquer outra coisa, eu não acredito que o Arcebispo de Curitiba tenha autorizado a substituição do vinho da Santa Missa por suco de uva, pela simples razão de que suco de uva é matéria inválida para a celebração da Eucaristia. Suco de uva não se transubstancia no Sangue de Cristo mais do Fanta Uva ou Ki-Suco de Uva. Um padre que porventura tentasse celebrar a Santa Missa com suco de uva não conseguiria celebrá-la validamente (= o suco de uva continuaria suco de uva, e não se tornaria jamais o Sangue de Cristo), ainda sendo verdade que o Arcebispo tivesse autorizado semelhante despautério. Igualmente, um padre que trocasse o pão da Santa Hóstia por, digamos, broa de milho, poderia celebrar uma Liturgia impecável que não iria conseguir transformar a broa de milho no Santíssimo Corpo de Cristo. O mesmo vale para o suco de uva. As únicas matérias válidas para a celebração da Eucaristia são aquelas que o próprio Cristo utilizou: pão de trigo e vinho de uva.

Isto se encontra em uma miríade de documentos. P.ex., na Redemptionis Sacramentum (grifos meus):

[50.] O vinho que se utiliza na celebração do santo Sacrifício eucarístico deve ser natural, do fruto da videira, puro e dentro da validade, sem mistura de substâncias estranhas. Na mesma celebração da Missa se lhe deve misturar um pouco d’água. Tenha-se diligente cuidado de que o vinho destinado à Eucaristia se conserve em perfeito estado de validade e não se avinagre. Está totalmente proibido utilizar um vinho de quem se tem dúvida quanto ao seu caráter genuíno ou à sua procedência, pois a Igreja exige certeza sobre as condições necessárias para a validade dos sacramentos. Não se deve admitir sob nenhum pretexto outras bebidas de qualquer gênero, que não constituem uma matéria válida.

Há quatro anos, eu escrevi aqui um texto sobre uma situação idêntica que acontecera em São José dos Pinhais. Para deixar claro: o que se pode autorizar (em situações especialíssimas) é a substituição do vinho pelo mosto. Mosto não é suco de uva; mosto é vinho não-fermentado. Suco de uva não fermenta. Mosto, se você deixar fermentar, vira vinho. São duas coisas bem distintas. Não sei, p.ex., se você pode encontrar mosto no supermercado; mas sei que aqueles sucos de uva de caixinha não são mosto e, portanto, não são matéria válida para a celebração da Eucaristia. O mesmo se pode dizer do suco de polpa de uva que se pode pedir em qualquer lanchonete. Aliás, acho que mosto é uma coisa muito específica (que inclusive exige condições especiais de armazenamento e conservação, posto que senão ele fermenta e vira vinho) que não se encontra tão facilmente assim por aí – o que, por si só, provavelmente já faz com que esta ideia de deixar todo mundo celebrar com mosto esbarre em uma enorme dificuldade de ordem prática.

Mais ainda: não existe autorização da Santa Sé para uso irrestrito de mosto. Pelo contrário, as orientações são específicas em determinar que a licença só seja concedida individualmente:

1. Os Ordinários são competentes para conceder a licença de usar pão com baixo teor de glúten ou mosto como matéria da eucaristia em favor de um fiel ou de um sacerdote. A licença pode ser outorgada habitualmente, até que dure a situação que motivou a concessão. (Congregação para a Doutrina da Fé, Carta Circular aos presidentes das Conferências Episcopais sobre o uso do pão com pouca quantidade de glúten e do mosto como matéria eucarística, 23 de julho de 2003 – grifos meus).

E, por último mas não menos importante, uma lei iníqua e injusta como a Lei Seca não tem potestade de obrigar ninguém a nada. O simples cidadão tem total direito de dirigir após ingerir uma quantidade tal de álcool que não comprometa a sua habilidade de conduzir um veículo, a despeito do que berrem os burocratas. Ora, quanto mais um sacerdote no legítimo exercício de suas funções religiosas! A Lei Seca é inválida no caso geral, mas no caso específico de um padre celebrando a Missa a sua ilegitimidade fica ainda mais patente e clamorosa, porque viola diretamente o direito à liberdade de culto. Com uma tal afronta à lei de Deus não se pode condescender, muito pelo contrário: é mister lutar contra ela.

Em resumo, portanto:

suco de uva é matéria inválida para a celebração do Sacramento da Eucaristia;
considero altamente improvável que Dom Moacyr tenha autorizado o uso de uma matéria inválida para a celebração das Missas em sua diocese;
se, por absurdo, tal autorização houvesse sido dada, ela seria completamente nula, porque ninguém na Igreja (nem mesmo o Papa) tem potestade para alterar a matéria escolhida por Cristo para a celebração dos Sacramentos que Ele instituiu;
provavelmente, portanto, a Mitra quis autorizar o uso de mosto, e não de suco de uva;
conquanto esta hipótese ao menos salvaguarde a validade da Eucaristia, há de se investigar a sua licitude canônica, uma vez que, como foi mostrado, o uso de mosto, segundo determinações específicas da Santa Sé, é para ser autorizado individualmente, e não de modo indistinto em todo o território de uma Diocese; e
por fim, é de se lamentar que uma lei humana flagrantemente injusta tenha movido a Mitra de Curitiba a promulgar tão controversas disposições sobre a Liturgia na Arquidiocese, provocando perplexidade entre os fiéis católicos de todo o Brasil.

*Publicado por Jorge Ferraz (admin) em 04/02/2013, em Deus lo Vult!

1 de fevereiro de 2013

As moedas e o tijolo

Certa vez, em uma grande obra, três operários foram convocados a subir em torre alta para realizar um reparo.
Dos três, um precisou fazer um trabalho mais elaborado e, com isso, ao cair da tarde deparou-se sozinho. Seus companheiros haviam ido embora.
Este homem desesperou-se ao ver que não poderia sair sozinho daquele lugar. Uma trava de segurança o prendia no alto da torre.
De lá, ele gritava desesperado para os transeuntes que passavam em baixo da obra. Sem sucesso, ninguém o ouvia.
Sem saber o que fazer, pôs as mãos no bolso e encontrou três moedas. Pensou consigo, vou joga-las e ao encontrar a moeda no chão a pessoa vai olhar para cima e poderei ser resgatado.
Jogou a primeira moeda. Uma mulher bem vestida passou, olhou para os lados, pegou a moeda e seguiu caminho.
Jogou a segunda moeda. Um senhor abaixou rapidamente a pegou e seguiu caminho.
Jogou a terceira moeda. Um casal pegou a moeda e saiu feliz.
O operário ficou triste. Seu plano deu errado. Já estava sem voz de tanto gritar.
Olhou para o lado e pegou um tijolo, esta seria sua esperança. Esperou passar mais uma pessoa e o atirou.
Com uma velocidade enorme, o tijolo caiu na frente de um homem que com um grande susto e desespero olhou para cima. O operário sinalizou e o resgate foi chamado.

Moral da história

Quantos momentos... quantos momentos... quantos momentos enquanto estamos recebendo alegrias e sortes de bençãos não lembramos de olhar para cima e agradecer a Deus. O esquecemos na alegria.
Já, quando levamos um susto ou passamos por um momento de sofrimento e dor, imediatamente lembramos do Senhor e acabamos olhando para Cima.

A boa notícia é que Deus sempre nos acolhe, na alegria e na tristeza. Seja reconhecedor deste Amor em todas os momentos de seu viver.

"Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco." (1 Tessalonicenses 5:18)

20 de janeiro de 2013

Odetinha, a história de uma santa

Fantástico ouve relatos de supostos milagres da menina Odetinha

Igreja começou uma investigação para confirmar milagres atribuídos à menina que pode ser declarada a primeira santa carioca.



Filha de comerciantes portugueses, ela gostava de fazer o bem, de ajudar a quem quer fosse.

Morreu criança, aos 9 anos, e geração a geração vem conquistando devotos, em busca de graças.

O mistério de Odetinha persiste há mais de 70 anos e ganhou, agora, um novo capítulo.

A Igreja começou uma investigação para confirmar milagres atribuídos à menina. Um processo que pode levar Odetinha a ser declarada santa.

Uma santinha que pulava Carnaval? “Apareceu até fantasiada de marinheira”, contou a Irmã Conceição Milagres.

Só o túmulo de Carmem Miranda é mais visitado do que o dela, no Rio. Odete Vidal de Oliveira, a Odetinha, morreu em 1939, aos 9 anos. Mas ainda em vida, sua fama de santa corria a vizinhança.

“Era muito caridosa, amava Jesus, fazia tudo para os pobres, para os doentes”, disse a advogada Dulcezita Close.

“Fazia coisas que só uma santinha mesmo poderia fazer”, disse a dona de casa Jurema da Silva.

Filha única, cresceu no Rio de Janeiro dos anos 30, cercada de mimos pelos pais comerciantes.

“Família rica, portugueses, onde trabalhavam com o maior depósito de carnes de todo o Rio de Janeiro”, disse o abade Dom Roberto Lopes.

Dias antes de cair doente com febre tifóide e meningite, a menina rica que ajudava os pobres teria previsto a própria morte.

“Ela foi até a escola, foi a última vez que ela foi à escola, e ela fez aquilo que é próprio da criança: brincou, jogou com as meninas e deixou claro para todo mundo: ‘essa é a última vez que eu venho à escola’. E perguntaram: ‘mas por quê?’ ‘Porque eu vou morrer’”, disse Dom Roberto.

A Igreja Católica diz que há indícios suficientes para pedir a beatificação de Odetinha, processo que começou oficialmente na semana passada, com a exumação dos restos mortais da menina, sob sigilo absoluto.

“Todos os componentes, eu tenho que fazer um juramento, e toda a equipe”, disse Dom Roberto.

Fantástico: Quer dizer, não teve nenhuma documentação de nada, nem filmagens, nem fotos?

Dom Roberto: Não. A única documentação é escrita.

Dom Roberto Lopes é o delegado episcopal para a causa dos santos da arquidiocese do Rio. Ele é o juiz do tribunal canônico instalado, na sexta-feira passada, para investigar a santidade de Odetinha.

Dom Roberto: Nós seguimos o direito canônico.
Fantástico: E quem será julgada é a Odetinha, é isso?
Dom Roberto: Eu diria que será analisada a vida dela.

A arquidiocese do Rio acredita que essa primeira parte da investigação da vida de Odetinha será concluída em um ano e, em seguida, encaminhada ao Vaticano. Aí começa a etapa mais difícil, a comprovação dos milagres. O primeiro atribuído a ela, seria a cura de sua própria mãe, a fundadora de uma obra social, em Nova Iguaçu.

Adriano Bresciani era afilhado da mãe de Odetinha. Hoje ele é voluntário da obra social deixada pela madrinha, Alice Vidal.

Adriano conta que, depois da morte de Odetinha, Alice foi atropelada por uma bicicleta e atingida na perna.

Fantástico: O ferimento foi grande?
Adriano Bresciano: Foi mais ou menos de uns 10 centímetros?
Fantástico: Ficou feio?
Adriano: Ficou feio.

Havia risco de amputação. Então, Adriano foi ao túmulo de Odetinha fazer um pedido.

“Eu acho que você vai conseguir a cura da perna da sua mãe pedindo isso a Jesus”, disse o aposentado.

Depois foi contar à madrinha. "Eu vou colocar a água na bacia, eu vou colocar as pétalas de rosa conforme eu combinei com a Odetinha lá no túmulo, e a senhora vai banhar a sua perna, a perna do ferimento”, conta o aposentado.

Alice fez o que o afilhado pediu. No dia seguinte, foi ver o resultado.

Adriano: Abaixou a meia, e quando ela abaixou a meia, caiu o curativo, e não tinha mais nada.
Fantástico: O ferimento estava curado?
Adriano: Tinha sumido.

Desde sexta passada, quando os restos mortais de Odetinha percorreram igrejas do Rio, novos relatos apareceram.

“Uma santa faz milagre”, disse a manicure Ivonete Freire.

O médico de Maria de Lourdes disse que ela nunca teria filhos. “Eu engravidava. Só que com três meses eu começava a perder, e perdia”, disse a comerciante Maria de Lourdes Lima Campo.

Então ela foi ao túmulo de Odetinha. “Ajoelhei nos pés da cama e pedi. Que eu queria muito um bebê. Se eu conseguisse e fosse uma menina, eu botava o nome dela”, disse a comerciante.

Nove meses depois, nascia uma menina.

Fantástico: O nome dela?
Maria: Odete.

Dona Alaíde tem 90 anos. Ela ia à missa com Odetinha.

Fantástico: Ela já tinha aquela fama de menina caridosa, de ajudar os pobres?

“Tinha. Ela não podia ver um pobre, era uma coisa que ela chamava pra dentro de casa, dava comida”, disse a aposentada Alaíde Batista.

E depois da morte da menina, testemunhou o que seria um milagre, quando a máquina de lavar da escola onde estudava quase decepou a mão de uma colega.

“A moça descuidada botou a mão e quase perde a mão. Aí ela gritou: ‘valha-me minha Odetinha’ e aí a máquina parou”, conta a aposentada.

A igreja vai examinar os milagres, um a um. “Com muita prudência, analisando esses casos para verificar se são autênticos milagres. E quando nós falamos um milagre autêntico, é algo que a medicina jamais explicaria aquela cura”, disse Dom Roberto.

Para se tornar beata, Odetinha tem de ter um milagre comprovado.

Para ser oficialmente santa, precisará mais.

“Este milagre que foi favorável para a beatificação já não vale, nós temos que encontrar um outro milagre para que realmente possa haver a canonização, que é a última etapa”, disse Dom, Roberto.

Difícil vai ser fazer o povo esperar. A devoção à menina é tão antiga quanto suas façanhas milagreiras.

Fantástico: Uma vez canonizada, ela seria chamada Santa Odetinha, é isso?
Dom Roberto: O nome dela é Odete Vidal, mas evidente que, popularmente, quem manda é o povo. O povo a chama já de Odetinha, com certeza será Odetinha.

14 de janeiro de 2013

O outro lado do Caminho

"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam" (Salmos 23, 4).

Somente a Deus é reservado o direito de recolher a vida de sua criação humana. Entretanto, somos pegos com tristes notícias de irmãos que atentam contra a própria vida (CIC 2281) e até contra a vida de outros (Ex 23, 7). Fica a pergunta diante de tais situações: Como devemos reagir diante da morte? 

A Santa Igreja Católica em seu Catecismo nos ensina que:

A morte é o fim da peregrinação terrena do homem, do tempo de graça e misericórdia que Deus lhe oferece para realizar a sua vida terrena segundo o plano divino e para decidir o seu destino último. Quando acabar “a nossa vida sobre a terra, que é só uma” (LG 48), não voltaremos a outras vidas terrenas. “Os homens morrem uma só vez” (Heb 9, 27). Não existe “reencarnação” depois da morte (CIC 1013).

Pois bem, fim da peregrinação terrena do homem. Estamos aqui de passagem. Não somos “donos” da vida humana, nascemos pela explosão de Amor de um Deus Vivo. Tudo o que existe foi feito para você e para mim. Assim como um pintor espalha a tinta com cuidado em sua tela, o nosso Pai “pintou” tudo o que está à sua volta, inclusive as pessoas que você ama para que desfrutem junto contigo a beleza da criação até o dia que a morte chegará.

Ela não é injusta, somente é uma porta. O que pode ser "injusto" é como passamos por esta porta. Nunca devemos culpar o Senhor por acidentes, injustiças humanas, tragédias naturais e semelhantes. Ora, se Deus é Amor, como permitiria tais fatos? Somos livres em Cristo Jesus. Mas é na liberdade que o mundo prega que erramos e buscamos as “desculpas” para julgarmos Deus como um “monstro mau”. Nunca na sua história Deus vai te impedir de fazer algo. Nunca! Ele mostra o caminho certo em nossa liberdade e estende a Mão, cabendo-nos a escolha da vida (Dt 30,19). E o que vemos? A escolha da morte. 


Foi através do pecado que a morte entrou no mundo (Rm 5, 12) mas, o instinto humano quer vida. Isso é de Deus! Há uma diferença entre o medo da morte e o medo de morrer. O cristão não deve temer a morte. São Francisco de Assis em seu leito exclamou: “Bem-vinda sejas, irmã minha, a morte!”. O medo de morrer nos afasta das situações de risco. 

No céu, "Deus enxugará as lágrimas dos seus olhos, e a morte não existirá mais, nem haverá mais luto, nem pranto, nem fadiga, porque tudo isso já passou" (Ap 21,4). É nesta promessa que devemos crer. A morte é o caminho da Vida Eterna junto ao Criador e a Igreja Celestial.

Quando na Vontade do Senhor a irmã Morte vier fazer uma visita, não se desespere. "O desespero opõe-se à bondade de Deus, à sua justiça - porque o Senhor é fiel as suas promessas - e à sua misericórdia" (CIC 2091). Temos o direito de ficarmos tristes, sim! Até Jesus chorou (João 11, 35). Mas, sempre firmes na Misericórdia Divina.

Diante da notícia da morte, a gênese de nossas lágrimas só poderá vir de duas emoções: saudade ou remorso. O choro da saudade será o remédio para alma que amou. Já o choro do remorso, o ácido para um perdão não dado. "O coração chora de acordo com seu amor" (Santa Catarina de Sena). 

“Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal, da qual nenhum vivente pode escapar  (São Francisco de Assis)


Diante de tudo que foi exposto e de suas experiências, pense: o que sentirei se "tal" pessoa partisse para os braços do Pai neste momento?

Um abraço fraterno,

Allan Fantinato
Equipe Turma do Crisma

27 de dezembro de 2012

24 de dezembro de 2012

O que é a noite feliz?


Eles já estão a caminho... Nesta noite, poderão bater em sua porta pedindo abrigo. Talvez já estejam em seu bairro ou quem sabe em sua rua. Mas... até hoje Maria, Ventre Puro e Imaculado, é rejeitada e José, homem dócil e fiel, ignorado. Quanto ao Menino, nascerá em um estábulo.

A Sagrada Família gostaria de ser acolhida em seu lar. Deixe Jesus nascer em seu coração.

Noite Feliz é com Cristo, Maria e José.

O resto? É passatempo...  

11 de dezembro de 2012

@Pontifex_pt

Nosso Santo Padre, o Papa Bento XVI, amanhã, 12, irá postar seu primeiro twitter em sua conta oficial.

Siga-o! 



1 de dezembro de 2012

Rachel Sheherazade - Opinião


Justiça nega pedido para retirar "Deus seja louvado" das cédulas.

A Justiça Federal negou o pedido do Ministério Público de São Paulo para retirar a expressão "Deus seja louvado" das cédulas de Real.

Na decisão, a juíza Diana Brunstein, da 7ª vara, diz que: "A menção de Deus nas notas, não parece ser um direcionamento do estado na vida do indivíduo que o obrigue a adotar ou não determinada crença". A decisão é provisória.

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"Liberdade, honestidade, respeito e justiça são todos princípios do cristianismo. O mesmo cristianismo que vem sendo perseguido pelos defensores do estado laico. Intolerantes, eles são contra o ensino religioso, são contra as cruzes em repartições públicas e agora voltaram a sua ira contra a minúscula citação nas notas de Real. É, no mínimo, uma ingratidão à doutrina que inspirou nossa cultura, nossos valores e até mesmo a nossa própria constituição promulgada sob a proteção de Deus.

A Carta Magna, será, certamente, o próximo alvo dos laicistas. Mas aí, não bastará uma simples ação cível, eles terão que emendar a constituição. Neste caso, sou obrigada a concordar com o presidente do senado, o Sr. José Sarney, para quem a ação do Ministério Público, foi pura falta do que fazer."
Rachel Sheherazade