28 de fevereiro de 2009

Os Profetas

A ordem que os livros proféticos estão na Bíblia não obedece à linha histórica. Primeiro vêm os livros dos quatro profetas conhecidos como “Profetas Maiores”:Isaías, Jeremias (com o acréscimo de Lamentações e Baruc), Ezequiel e Daniel. Depois seguem os chamados “Profetas Menores”: Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Maiores e menores, não porque uns sejam mais importantes do que outros, mas simplesmente por causa da extensão dos livros.
Os profetas começam a lutar quando o Deus de Israel começou a ser cultuado como um ídolo qualquer para legitimar os abusos da monarquia, a desintegração do projeto tribal e a opressão do povo. Para se manter no trono, os reis esqueceram a Aliança e procuraram o apoio das grandes potências imperialistas. Primeiro, caíram nas garras do Império Assírio que arrasou Samaria, a capital do Reino de Israel (Norte). Depois sofreram a devastação do Império Babilônico, que destruiu Jerusalém.
Antes do cativeiro, os profetas Amós, Oséias, Isaías I (Is 1-39), Miquéias, Naum, Habacuc e Jeremias, em nome da Aliança: Defenderam o povo do campo contra o avanço explorador da cidade. Eles Gritaram “Oráculo do senhor”, e anunciaram a intervenção direta de Deus.
Denunciaram os erros dos reis e do povo, e convocaram para conversão; brigaram com os responsáveis e procuraram reformar o sistema dos reis; formaram grupos de discípulos que guardaram e transmitiram o ensinamento do mestre-profeta (inicio dos livros proféticos); todos eles anunciaram a proximidade do desastre (o cativeiro) que viria como conseqüência da política nefasta dos reis.
Durante o cativeiro, os profetas entre os quais se destacam os discípulos de Isaías (Is 40-55), Jeremias e Ezequiel:
Solidarizaram-se com o povo na tragédia em que foi vitima e redescobriram a presença de Deus nos próprios fatos dolorosos do cativeiro. Descobriram uma maneira de ajudar o povo a ler os fatos à luz da fé e a criticar o sistema opressor dos ídolos.
Releram o passado à luz da nova experiência de Deus e redescobriram a missão do povo que sofria: ser servo, ser a luz das nações. Fizeram a revisão da história, procurando apontar a causa do fracasso; recorreram menos aos oráculos, preocupados em transmitir e atualizar a mensagem dos profetas do passado. Iniciou-se assim o processo que desembocou nos escritos proféticos.

Um Pouco mais sobre o Exílio
O Exílio na Babilônia foi a maior crise na história do povo de Israel. Em 597 houve a primeira deportação: em 587 a cidade de Jerusalém foi destruída e houve uma segunda deportação; em 581 houve a terceira deportação. Portanto, o povo foi levado para Babilônia em três etapas. Com isso, o Reino de Judá desapareceu do mapa. O povo perdeu sua identidade. Estão sem Rei, sem templo, sem terra: como que no fundo do poço.
Destruindo Jerusalém, o Exílio traça uma linha divisória na história do povo de Deus. Politicamente, a nação desapareceu do mapa do Oriente Médio. O povo tornou-se um aglomerado de indivíduos arrancados de suas raízes e vencidos. Nenhum sinal externo os caracterizava como povo. Nessa grande fossa, a sensação é de que tudo está perdido. Onde está Javé?
Vem então a presença dos profetas provarem que Deus não esqueceu o seu povo. Dois grandes profetas, atual nessa época: Ezequiel e o 2º Isaías, o primeiro mostra que Javé acompanhou o povo ao Exílio; o segundo consola o povo e lhe aponta um novo êxodo.
“Os profetas após Isaías, além de lutarem pelas causas do povo, anunciam a chegada de uma nova esperança, aquele que vem para libertar, o maior dos profetas: Jesus Cristo”

Bibliografia: Editora Paulus 2º edição (roteiros para reflexão) Livros proféticos
Curso de Visão Global Da bíblia – 3ª Edição
O profeta Amós

Amós era pastor em Técua, no Reino de Judá (Sul), mas foi pregar no Reino de Israel (Norte), governado por Jerobão II (783-743 a.C.). Deixou sua vida tranqüila no Sul e foi anunciar e denunciar no Norte.

Era um tempo de grande prosperidade para os ricos, que se tornavam cada vez mais ricos, vivendo no luxo, procurando tranqüilizar a consciência com um culto pomposo. Mas era, também, um tempo de muita miséria para os pobres, cada vez mais explorados e oprimidos. Amós, em nome de Deus condenou a corrupção das cidades, as injustiças sociais e a falsidade do culto no tempo.

Por que a palavra de Amós incomodava tanto? Amós não se contentava em denunciar genericamente a injustiça social. Ele “dava nomes aos bois”: os ricos que acumulavam cada vez mais, para viverem em mansões e palácios (3,13-15; 6,1-7), criando um regime de opressão (3,10); as mulheres ricas para viverem no luxo, estimulavam seus maridos a explorar os fracos (4,2-3); os que roubavam e exploravam e depois iam ao santuário rezar, pagar dízimo, dar esmolas para amenizar a própria consciência (4,4-12; 5,21-27); os juízes que julgavam de acordo com o dinheiro que recebiam dos subornos (5,10-13); os comerciantes ladrões e os “atravessadores” sem escrúpulo que deixavam os pobres sem possibilidades de comprar e vender as mercadorias por preço justo (8,4-8).

Amós em seu tempo lutou pelas classes trabalhadoras que eram exploradas pelos ricos. Essa é a luta que muitas pessoas ainda hoje travam, em favor dos mais pobres que sofrem com a exploração no trabalho. A partir destes dados elabore uma pequena encenação exemplificando pessoas ou fatos que hoje são sinônimos desta luta.


O profeta Oséias

Como Amós, Oséias profetizou no reinado de Jerobão e depois dele, quando o reino de Israel entrou em crise e um rei foi assassinado depois do outro, depois da prosperidade do tempo de Jerobão II, Israel entrou em decadência, e foi nessa realidade que Oséias cumpriu a sua missão profética.

Os três primeiros capítulos contam a história do problemático casamento de Oséias que, pelo seu valor simbólico, muito bem explorado, torna-se uma profecia das relações de Deus com seu povo: o marido fiel que tem de enfrentar as infidelidades da esposa. Ele amava de todo o coração a sua esposa, mas ela o deixou para se entregar a outros amantes. Esse amor não correspondido ultrapassou o nível de frustração pessoal para ser uma enorme força de anúncio: o profeta apresenta a relação entre Deus, sempre fiel e cheio de amor, e seu povo, que o abandonou e preferiu correr ao encontro dos ídolos. Oséias torna-se, então, denunciador de todo o tipo de idolatria. Para Oséias a idolatria não consiste somente em adorar imagens de ídolos, mas inclusive em fazer alianças políticas com potências estrangeiras que provocam exploração econômica e opressão (7,8-12; 8,9-10); golpes de Estado que preservam interesses de uma pequena minoria (7,3-7); a confiança no poder militar e nas riquezas (8,14; 12,9); além de todo tipo de injustiças (4,1-2; 6,8-9; 10,12-13).

Oséias denunciou em seu tempo a infidelidade do povo para com Deus. Trazendo para nosso tempo, elabore uma encenação que mostre como a infidelidade para com Deus destroe o homem.


O profeta Jeremias

A atividade profética de Jeremias se desenvolveu entre os anos 627 e 586 a.C. Um período onde o rei Nabucodonosor, expandia o Império Babilônico e dominava toda a Palestina.

Jeremias é o profeta que melhor podemos conhecer, não só pelas narrações sobre ele, mas também pelos desabafos, conhecidos como confissões de Jeremias. Percebe-se que era uma pessoa muito sensível e até frágil, o que contrastava com a coragem que enfrentou as autoridades corruptas e o vigor até violento de alguns de seus oráculos (profecias).

Jeremias como alguns profetas foi mais conhecido devido a causa pelo qual lutava. A essa causa dar-se o nome de liberdade, pois seu povo vivia um dos piores momentos da história: o Cativeiro na Babilônia, onde além de terem perdido a liberdade, caiam no pior dos sentimentos “a desesperança”. Os líderes de Israel foram levados para trabalhar na Babilônia, o Templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos. Só ficaram na terra os camponeses. O que fazer? Esse é o tempo do profeta Jeremias. Ele traz consigo uma visão crítica sobre a situação do país. O domínio do Império Babilônico impunha falta de liberdade, o desrespeito ao culto e aos costumes do povo judeu.

Trazendo para nossos dias, há muitas pessoas que lutam pela liberdade (expressão, raça, classe) dos mais fracos e marginalizados. Sendo assim elabore um encenação mostrando um pouco dessa luta.



Fontes:
LIVROS PROFÉTICOS: profetas posteriores. São Paulo: Paulus, 2000. Roteiros parareflexão IV.
BÍBLIA SAGRADA. Edição Pastoral. São Paulo: Paulus, 2008.

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