VALLETTA – Em sua primeira viagem após o escândalo de abusos sexuais envolvendo padres católicos nos Estados Unidos e na Europa, o papa Bento XVI se reuniu em Malta, ontem (18), com oito vítimas de abuso por padres locais. O Papa chorou e rezou com eles.
Segundo comunicado do Vaticano, ele prometeu que a Igreja está fazendo “tudo o que está em seu alcance” para levar a julgamento aos responsáveis e que “medidas efetivas” serão implementadas para proteger os jovens no futuro.
Vítimas relataram que Bento XVI estava com os olhos marejados, expressou “vergonha e tristeza” pelo sofrimento das famílias e ficou profundamente emocionado com suas histórias durante a reunião, ocorrida na Embaixada do Vaticano em Malta.
“Todos estavam chorando”, disse Joseph Margo, 38. “Foi emocionante”, afirmou Lawrence Grech, 37, outra vítima que também participou do encontro.
“Perdi minha fé nos últimos 20 anos”, afirmou Grech. “Eu lhe disse: ‘você não pode preencher o que os padres tiraram de mim quando eu era jovem’. Esta experiência (de encontrar o Papa) irá mudar minha vida. Agora posso dizer à minha filha: ‘eu acredito’”, concluiu Grech, em lágrimas.
Ainda ontem, no seu último dia em Malta, o Papa rezou missa para milhares de fiéis, ao ar livre.
CRÍTICAS
Grupos que defendem vítimas dos abusos exigem que o Vaticano adote medidas concretas para proteger crianças e para afastar padres que tenham cometido crime.
Esses grupos alegam que as manifestações de solidariedade e vergonha por parte de Bento XVI não têm significado se as medidas não forem tomadas.
Bento XVI tem sido acusado por grupos de vítimas e seus advogados de ter ajudado, antes de se tornar papa, a acobertar casos de pedofilia envolvendo padres católicos.
FONTE: Jornal A Tribuna, caderno Internacional, edição de 19/04/2010.
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